Que cena mais linda a de uma mãe amamentando seu filhinho! Entre um gole e outro – já meio satisfeito – ele larga o peito para mirar sua mãe. Naquele olhar, o seu agradecimento, a satisfação por aquele colo quentinho, acolhedor, amigo! É assim que se ensina o amor.

Num filme assistido há dias, um homem de bem, filósofo, professor e, antes de tudo, pai amoroso e responsável, costumava doutrinar em suas palestras: querem formar plenamente seus filhos para o Bem? Deixem-nos felizes.

Vendo como caminha nossa sociedade, em meio a tanta violência e desprezo à vida alheia, é de pensar que está faltando a felicidade. A que vem de ser aceito e amado por pais biológicos ou adotivos, que cerquem sua infância de todos os cuidados e afetos, para que cresçam confiantes e dispostos a criar laços fraternos e sadios relacionamentos.

No Dia das Mães, quantas mensagens bonitas trocadas! Ah, se no cotidiano só encontrássemos esse amor que não acaba nunca!

Mas nossas crianças, apesar de Estatutos e Leis, ainda são vítimas inocentes. Nascidas ao acaso, rejeitadas desde a concepção, ou de mães despreparadas ou abandonadas pelos companheiros, sem condições de criá-los. Vivem na rua, em instituições, jogadas aos parentes que não as desejam, que vida vão ter?

Mesmo nos lares dignos, onde os salários mal dão para alimentar a família, quando pai e mãe saem de casa em busca do sustento, nas próprias escolinhas infantis, quem garante que elas terão o ambiente favorável às suas necessidades e ao direito de ser feliz?

E os jovens? Vida dura para sustentar-se em Faculdade. Mas para aquele estudante, a vitória parecendo próxima, o emprego à noite, foi o caminho que encontrou para chegar aos seus objetivos. E eis que um cliente insatisfeito – militar do Corpo de Bombeiros – saca da arma e atira no estudante, que agora vai viver com um rim extirpado.

Nesta semana, outra notícia chocante: alunos de uma escola militar são agredidos e ameaçados por policiais por terem feito uma exposição mostrando a violência da Polícia em suas batidas costumeiras. Quando os ambientes mais pobres é que são mais visados.

Atualmente, no afrouxamento das leis, armas são compradas sem embargos, com o estímulo do Governo, para defesa pessoal. Essa defesa que atinge inocentes, passantes das ruas, pessoas nos lugares de risco, favelas, redutos de gente humilde.

Mas quero ficar com a cena do início: aquele bebê roliço, corado, rindo para todos os adultos da família que ternamente o abençoam.