Para esclarecer àqueles que não sabem, não sou amigo íntimo do Dr. Juarez ou de sua família, e nem estou publicando matéria paga por interesse comercial. Aliás, escrevo de graça aqui na Gazeta, e muito agradeço por isso. Mas estou convicto de que essa iniciativa recente da criação da Casa de Cultura Juarez Teixeira (CCJT) merece um feixe de loas pela importância que tem e terá ao longo dos tempos para a cultura e para o turismo informativo da nossa sociedade.

Conforme sabemos, por meio de conversas e informações de domínio público, o nosso Doutor é médico e produtor rural, tem vida estabilizada economicamente e, além de exercer a medicina por toda uma vida e andar envolvido com clubes de serviços, viveu sempre procurando fazer o bem sem crescer os olhos para grandes ganhos especulativos. Depois de idoso, resolveu escrever um livro sobre história e costumes de Caçapava e região, e o conseguiu com louvor depois de ampla e exaustiva pesquisa.

Agora, depois de experimentar o exercício de um cargo público na condição de secretário de Saúde do município, quando quase todos falavam que o Juarez estava procurando sarna para se coçar (porque todo mundo sabe que a saúde universal e gratuita em um país do terceiro mundo não tem condição de contentar a todos), o velho esculápio, resolve abrir mão de um de seus imóveis de alto valor comercial, situado em área central da cidade, para criar uma Casa de Cultura.

Imagino a trabalheira que deve ter sido angariar peças e informações de conteúdo significativo para exposição ao público, que as contemplará e estudará para o bem de instruir e preservar usos e costumes dos tempos já passados, preservando nossa memória cultural e artística.

O Dr. Juarez já tinha o seu nome registrado nas páginas da história rica de nossa cidade, e não precisava de mais este feito para se notabilizar perante seus conterrâneos. Sua iniciativa conquistou destaque na imprensa estadual, em Zero Hora e Correio do Povo, os nossos principais jornais diários e de circulação nacional.

E existe, ainda, um detalhe de grande relevância e que demonstra o comportamento humilde do empreendedor que aparece na denominação da casa: ela não se chama Dr. Juarez, ela se chama apenas Juarez Teixeira.

Parabéns aos integrantes e parceiros da CCJT pela bela iniciativa, e também a nós caçapavanos pela abertura privada, sem gastar dinheiro público, de mais um bebedouro cultural para nossa gente. São muito raras as atitudes como essa, de gente que constrói para o bem comum, com desprendimento e coragem, sem visualizar lucros monetários e outros interesses de rentismo.

Parabéns ao velho e querido Dr. Juarez Teixeira, companheiro de algumas poucas viagens de turismo para o Nordeste. Caçapava já lhe agradece e lhe agradecerá ainda mais no futuro.