Muitas vezes, as coisas estão acontecendo e fica certo desconhecimento do porque do fato. Em toda e qualquer ciência, existe um relacionamento entre causa e efeito, e em economia, isto também ocorre. Sempre é bom considerar que a moeda tem dois lados e que os movimentos econômicos causam efeitos positivos e negativos em qualquer circunstancia. No presente momento, está acontecendo uma redução expressiva da cotação do dólar, fortalecendo a moeda brasileira. Se, por um lado, é bom para o sistema de importação brasileiro, por outro, prejudica as exportações. É uma boa hora para comprar insumos e matéria-prima importada, mas também é um momento mais difícil para exportar, pois, na cotação em dólar, o produto brasileiro ficou mais caro. Outro fato que deve ser entendido é o significado e as consequências das altas da taxa Selic. Nos últimos três meses, o Banco Central elevou o juro da taxa Selic de 2% para 4,25%. Em primeiro lugar, isto foi feito para conter a alta da inflação, que estava subindo num ritmo preocupante. Juro mais alto freia a tomada de investimentos, retira moeda de circulação e diminui o consumo. É um balde de água fria para diminuir a temperatura econômica. Outro aspecto pode ser abordado em relação à alta da Selic. Quando ela estava em 2%, muitas pessoas passaram a ficar desinteressadas em manter os seus recursos aqui, e preferiram levá-los para o exterior em busca de maiores ganhos. Isto motivou uma fuga de capitais, diminuindo a oferta local de dólares e forçando o aumento da cotação. Agora que o juro aumentou, as verdinhas estão voltando atrás de maiores ganhos, o estoque de moeda por aqui aumentou e, com mais oferta, a cotação baixou. É a velha lei da oferta e da procura, que ainda continua em vigor. Tem alguns que são beneficiados e outros prejudicados. Segundo estimativas, a taxa Selic deve continuar subindo, com previsão de fechar o ano em mais de 6%. Hoje, o Brasil passou a ser um ótimo local para investimentos tanto pela perspectiva de lucros no curto prazo, como também pelos bons números da recuperação da economia, que prenunciam resultados positivos no médio e longo prazo.

 

A indústria está a mil!

Ninguém desconhece o poder e a importância do agronegócio para a economia brasileira nem que, nos últimos anos, ele tem segurado as pontas no que se refere aos parcos resultados positivos. Caso deixassem de acontecer nos níveis apresentados, os números finais do PIB seriam bem piores. Sem dúvida nenhuma, foi o salvador da pátria! O setor terciário, que agrega o comércio e os serviços, responde por 70% do resultado econômico do país e é o elo entre a produção e o consumo. Além disso, representa uma grande fonte na oferta de emprego. Na verdade, tudo são partes de um sistema que se inter-relaciona compondo o todo. O setor industrial brasileiro foi altamente impactado com a pandemia, com produção paralisada ou seriamente reduzida. As consequências ainda hoje são sentidas, com falta de insumos e componentes, fazendo com que a produção normal ainda esteja sendo perseguida. Vale dizer que o poder indutor da indústria é enorme, pois ela é capaz de promover reações em todos os setores. Quando a indústria vai bem, o todo agradece. Os últimos dados do IBGE são animadores e indicam que, nos primeiros meses do ano, o setor acumula uma alta de 13,1%, e nos últimos 12 meses, o acréscimo foi de 4,9%. Hoje, a indústria brasileira está operando no mesmo patamar de fevereiro de 2020. O mais importante é que este avanço foi proporcionado por 15 dos 26 ramos pesquisados, ou seja, o crescimento está acontecendo na maioria dos grupos. O bom desempenho da indústria é forte indício de que tudo tende a melhorar, porque ele é o verdadeiro indutor, capaz de proporcionar o crescimento em todos os outros setores. O mercado prevê que, este ano, o setor industrial venha crescer 6,30%, o que trará benefícios a todos os outros setores, principalmente no que se refere a emprego. É bom festejar.

 

O mundo respira mais aliviado

Sem dúvida nenhuma, o momento é de mais tranquilidade após a angústia e os prejuízos com perdas de vida e financeiros. Com o avanço da vacinação, tudo começa a voltar ao normal. Os dois gigantes, EUA e China, estão a mil. Inclusive, nos Estados Unidos, já existe preocupação com o ritmo de crescimento, que está fustigando a inflação. Neste ano, a economia americana deverá crescer 6,5%. Na Europa, os números surpreendem favoravelmente, com a economia se recuperando num ritmo maior do que o esperado. A última previsão indica que o PIB da zona do euro vai crescer este ano 4,8%, dados importantes que demonstram cenários futuros favoráveis. Aqui, as projeções indicam que a economia deverá crescer este ano mais de 5%. Tudo indica que o pior já passou.

 

Pense

O silêncio é um amigo que nunca trai.