Não foi a pandemia da Covid-19 a única culpada por tantas mortes de gente querida. Parece que as doenças do coração e outros males fatais teimam em ceifar vidas de qualquer idade. De gente próxima de nós, por vizinhança, coleguismo e amizade.

Fico pensando – se eu chegar até lá – como será o pós-pandemia em nosso futuro de sobreviventes. Certo é que não mais encontraremos aquelas mesmas pessoas nos supermercados, na porta da igreja, nos aniversários de amigos ou familiares. Ou nas ruas.

Ah, o dia 20 de setembro, bem me lembro, nos reunia na casa da Étie, e as mesas de doces, frios, bebidas eram inesgotáveis e prazerosas naquele ambiente festivo. Seus filhos, irmãos, sobrinhos e nós, suas amigas de tantos anos de convivência, compartilhávamos daquela alegria. Batíamos fotos para lembrar aqueles momentos deliciosos. De amizade sincera, de querer bem e felicidade.

Não mais encontrarei a Rose Dias e o marido à saída da missa, quando comentávamos as qualidades de nossos carros UPs branquinhos, que a Rose não  aprovou de início, mas acabou aceitando. Lembro seu noivado, quando era minha aluna. Uma noiva linda e feliz. Vieram os filhos amados, os netinhos, a doença do marido, e ela sempre forte, cuidando de todos. Foi uma enfermeira dedicada do pai até seus últimos momentos.

Que falta me fazem as companheiras de domingo nos almoços em restaurantes. Maria Augusta, a mana inesquecível, Leila e Maria Gervásio! Elas partiram pouco antes do coronavírus, por outros males. Não chegaram a assistir aos momentos angustiantes que estamos vivendo agora. Despediram-se antes das últimas pandemias que nos afligem: CPIs, crises hídricas, fome, destruição das florestas, contaminação dos rios no garimpo, desemprego sempre aumentando… Não existe união de esforços e de medidas para combater esses males que caberiam ao governo central. Que teima em culpar os demais poderes e até os ameaça.

No momento, a data de nossa independência, que era alegremente aguardada nos meus tempos de estudante ou de professora, é uma nova ameaça de aglomerações, distúrbios e até violência por parte de manifestantes. Pois às vésperas, mais um Decreto Presidencial favoreceu as compras e vendas de armas no Brasil. “Antes de comprar feijão, pense em comprar armas. Para sua proteção.”

Parece que estamos na Guerra dos Talibãs!

Mas as mensagens de pessoas de boa vontade, a fé e a religião que prega o amor  são nossas cordas de salvação.

Temos um Deus que nos ama e nos perdoa. Ele é Misericórdia.