Jack, o Estripador é um serial killer real, mas a estória contada no primeiro volume da série Rastro de Sangue, Jack, o Estripador, de Kerri Maniscalco, não. Ela apenas se baseia no que houve em Londres, em 1888, mantendo muitos dos fatos, o que inclui nomes de vítimas. Quem é Jack, o Estripador é um mistério até hoje.

A obra de Kerri Maniscalco é narrada em primeira pessoa por Audrey Rose, e se passa na Londres de 1888. Tudo começa com Audrey no porão de seu tio Jonathan auxiliando-o em uma autópsia. Na época, uma mulher se interessar algo assim era um escândalo, e isso será mostrado exaustivamente ao longo do livro.

As primeiras páginas são dedicadas a apresentar Audrey: uma moça à frente de seu tempo, que acredita que homens e mulheres podem desempenhar as mesmas funções, e sonha com o dia em que as mulheres poderão fazer o quiserem, tanto pessoal quanto profissionalmente.

Jonathan, a sobrinha e um de seus alunos de medicina forense, Thomas – que tem uma sagacidade à la Sherlock Holmes –, são os encarregados de fazer as autópsias das vítimas de um serial killer que se autodenomina Jack, o Estripador. Audrey e Thomas também mergulharão em uma investigação para descobrir quem é o assassino, pois a primeira vítima trabalhou na casa de Audrey, o que faz com que ela sinta uma obrigação moral de descobrir quem é o criminoso e levar conforto à família. Ao mesmo tempo em que realiza essas tarefas, Audrey tem de lidar com um pai superprotetor e à beira da loucura.

O livro é grande, mas de fácil leitura. A escrita prende o leitor e não permite que se pare de ler até que o mistério seja solucionado. Um fato a ser destacado sobre a qualidade da narrativa é que, em meio a todo o sangue, Kerri Maniscalco consegue incluir, de forma natural, um romance daqueles que ficamos torcendo para que, no final, o casal fique junto. Mas, apesar disso, Jack, o Estripador é para os fortes, trazendo descrições detalhadas do estado das vítimas quando encontradas.

 

Referência:

MANISCALCO, Kerri. Jack, o Estripador. Tradução de Ana Death Duarte. Rio de Janeiro: Darkside Books, 2017. 352p. (Rastro de Sangue, 1)