A grande maioria das pessoas, num determinado momento e por diversos motivos, dá uma olhadinha na previsão do tempo. Existem meios naturais que já foram bastante utilizados, e o pessoal mais antigo tinha certeza no que via e analisava. Hoje, com as modernas tecnologias, se tornou bem mais fácil antever o que vai acontecer em relação ao tempo. Os meteorologistas se atrevem a antever em 30 dias, ou até na próxima estação, o regime de chuvas e temperaturas. Só que são previsões, sem precisões! Mas é uma boa fonte de consulta. No curto prazo, 48 ou 24 horas, a margem de erro é muito pequena, mas existe. No que se refere à economia, acontece algo muito parecido. Os analistas tentam antever as ações futuras dos agentes econômicos, e aí lançar as suas projeções. O momento presente é importante para projetar o futuro, mas é insuficiente para ter certeza de movimentos. Imagine que uma grande seca ou chuva demais prejudicam a produção agrícola, diminuindo a oferta e alterando o preço, e aí a repercussão no mercado é imediata, alterando projeções realizadas. É uma partida de xadrez em que o movimento de uma pedra altera o todo. Hoje, o bom momento da economia brasileira está a indicar que os resultados do ano serão altamente favoráveis, que o pior já passou, mas nada é certo, porque os imprevistos estão aí para desbancar economistas que se atrevem a falar no futuro. Mesmo sabendo destas incertezas, as projeções e analises de dados futuros servem para balizar intenções e projetos. Esta visão de futuro é melhor do que nada.

 

O que diz o mercado hoje!

O Boletim Focus do Banco Central divulga semanalmente uma pesquisa que interroga mais de 100 instituições do mercado financeiro que projetam alguns indicadores macroeconômicos. Estes são muito utilizados nas projeções, principalmente pela seriedade com que esta pesquisa é realizada, e também por se tratar do banco encarregado da politica monetária do país. Um ano que iniciou com dificuldades de percepção do futuro, números débeis apontavam que a economia brasileira deveria crescer pouco mais de 2%. Passado o primeiro trimestre, veio a surpresa de um crescimento de 1,2% e grandes perspectivas de números bem mais favoráveis. Hoje, existem indicadores de que afirmam que o PIB brasileiro vai crescer cerca de 5%, sendo a nona alta consecutiva da pesquisa. Se isto acontecer, estará superando as perdas do ano passado. Para efeito de comparação, nos Estados Unidos, a previsão de crescimento este ano é de 6%. Também o índice da inflação, IPCA, se mantém em alta pela décima semana consecutiva, estando fixada em 5,9%, bem acima do teto da meta, que é de 5,25%. Nas ultimas reuniões do Copom, os juros têm sido aumentados com o objetivo de frear maiores altas. A taxa Selic, que hoje está em 4,25%, poderá chegar a 6,50%. A forte demanda e a falta de alguns bens estão forçando o aumento de preços. Em relação ao dólar, após sucessivas altas, agora se encontra em baixa, recuando, na última semana, de R$ 5,18 para R$ 5,10 por dólar. São dados favoráveis que permitem respirar um pouco de otimismo.

 

Intenção de consumo

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo divulgou pesquisa recente que demonstra maior disposição para consumir. A maior parte dos entrevistados (36%) respondeu que se sente mais segura com o seu emprego quanto no ano passado. Perspectivas favoráveis no mercado de trabalho no curto e no longo prazo permitem a retomada do consumo. Esta é uma variável econômica muito importante, pois, sem ela, a roda deixa de girar.

 

Quando parar as ajudas?

Em períodos de crise, é necessário que os governos auxiliem no funcionamento da economia com ajudas e benefícios, e todos assim procedem. O que os economistas discutem sempre é o tamanho da dose do remédio. Permanecer por um longo tempo traz prejuízos, vícios, e, num curto, os resultados deixam de acontecer. Hoje, os Estados Unidos discutem até quando vão auxiliar, e também o Banco Central Europeu abriu discussão de até quando vai seguir amparando a recuperação econômica da zona do euro. Por aqui, a discussão esta em off, mas todos sabem que as ajudas e regalias devem ter prazo curto. Chega um determinado tempo de que a máquina tem que andar por si própria. É assim em economias liberais. Atenção: O auxilio emergencial vai acabar!

 

Pense

A persistência é o caminho do êxito.