Nova mostra reúne cédulas e moedas antigas do Brasil e do mundo

No mês em que Caçapava do Sul entra para a história por ter um ganhador milionário na Mega-Sena, a Casa de Cultura abre uma mostra sobre um tema que está na boca do povo: o dinheiro! Com o nome sugestivo de Guaiaca Cheia, a CCJT inaugura amanhã, dia 6, uma exposição com mais de 80 cédulas brasileiras, outras cédulas de 60 países e 100 moedas que circularam pelo território nacional em diferentes períodos, além de peças raríssimas de outras localidades.

Moeda mais antiga em exposição é da Macedônia, de 359-336 a.C.

Um dos destaques é uma moeda da Macedônia, de 359-336 a.C., período do Reinado de Felipe II, pai de Alexandre, o Grande. Esta é a mais antiga da mostra, que traz também outras curiosidades como um denário de prata, moeda que deu origem ao nosso “dinheiro” e que valia 10 asses na época. Era usada como pagamento de um dia de trabalho. Data de 145-126 a.C. Os objetos são acervo da CCJT e de propriedade do numismata Bruno Saldanha.

Também fazem parte da mostra equipamentos e calculadoras antigas de bancos

O público poderá conferir também outras peças relacionadas ao sistema financeiro, como antigas máquinas contadoras de moedas, de detecção de cédulas falsas e calculadoras doadas por bancos da cidade, além de dezenas de documentos, como cheques, letras de cambio, cadernetas, contratos e propagandas de bancos.

– O dinheiro de um país nos ajuda a compreender acerca de uma série de fatores, como sua história, forma de governo e situação econômica, por exemplo – salienta o historiador João Timótheo Esmério Machado.

Estão na mostra oito cédulas raras de réis, sendo a mais antiga de 1893

O “réis” foi o primeiro padrão monetário brasileiro. Começou a circular no período colonial e esteve em vigor até 1942 – foram 400 anos em vigência! Dessa época, estão na mostra oito cédulas raras de réis, sendo a mais antiga de 1893. Foi substituído pelo cruzeiro na reforma monetária do governo Getúlio Vargas, a primeira a tentar organizar o sistema financeiro nacional. O real é o segundo padrão monetário com mais tempo de circulação no Brasil, 28 anos. Nesse meio tempo, tivemos o cruzeiro, cruzeiro novo, cruzeiro, cruzado, cruzado novo e cruzeiro, até chegar ao cruzeiro real.

O design por trás das cédulas

Um dos destaques da programação da mostra é um bate-papo com o designer Joaquim Redig, doutor em Design pela Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI), do Rio de Janeiro, titular do escritório Design Redig Associados (desde 1983) e ex-Diretor Técnico do escritório Aloísio Magalhães/PVDI. Ele vai falar sobre sua pesquisa “O Papel Moeda brasileiro e a inflexão de Aloísio Magalhães – O design por trás do objeto”.

Magalhães foi um dos pioneiros do design brasileiro e revolucionou as cédulas nacionais, que até a década de 1970 não eram nem produzidas, nem desenhadas no país.

Ou seja, por mais de 150 anos, o Brasil transferiu para estrangeiros a responsabilidade na definição desse elemento tão forte de identidade. Nosso papel moeda brasileiro só passa a ter um desenho próprio com a entrada de Aloísio no processo – destaca.

Esse tema vai estar presente no bate-papo do dia 09 de agosto, às 20h, pelo canal da CCJT no YouTube.

Cédula de 5 mil cruzeiros reais, mais conhecida como do “Gaúcho”. Esteve em circulação de 29 de outubro de 1993 a 15 de outubro de 1994

Também serão discutidas as inspirações do dinheiro impresso brasileiro, que foram de governantes e heróis (como o revolucionário Tiradentes), até chegar a figuras alegóricas e a exemplares da nossa fauna, como agora, passando por intelectuais e artistas (como o poeta Carlos Drummond de Andrade e o músico Heitor Vila Lobos).

Como começar uma coleção

 O numismata Bruno Saldanha vai contar como começou a sua coleção de cédulas e moedas, dar conselhos para os iniciantes, dicas de conservação e limpeza e mostrar o que levar em conta na hora de comprar. Dia 13 de agosto, às 17h, ao vivo na Casa de Cultura e pelo Canal da CCJT no YouTube.

Guaiaca Cheia – Casa de Cultura Juarez Teixeira

De quinta a domingo, das 10h às 12h e das 14h às 17h30min

Rua General Osório, 730 – Caçapava do Sul

Contato: 55 9 9696 1582

YouTube: https://www.youtube.com/c/CasadeCulturaJuarezTeixeira/

Bate-papo

Com Joaquim Redig: dia 9 de agosto, às 20h, pelo Canal da CCJT no YouTube

Com Bruno Saldanha: dia 13 de agosto, às 17h, ao vivo na Casa de Cultura e pelo Canal da CCJT no YouTube

Fotos: CCJT/Divulgação