Alisson dos Santos pratica Jiu-jitsu há dois anos e já conquistou diversas medalhas. Seu objetivo é ser um atleta de alto nível

Anderson Henriques, Jailson Marques, Thainá de Oliveira e Alisson dos Santos. O que esses quatro nomes têm em comum? Todos eles são caçapavanos que se destacam nos esportes. Anderson competiu nas últimas Olimpíadas; Jailson conquistou títulos pelo Grêmio e pelo Palmeiras, clube que defende agora, após passagem pelo exterior; Thainá é uma promessa do atletismo gaúcho; e Alisson, mais conhecido como “Pit bull” por seu estilo de luta, é uma promessa do Jiu-jitsu.

Em entrevista à Gazeta, ele contou que começou a praticar o esporte aos 16 anos, em uma academia que se chamava Hash Team, em Porto Alegre, cidade onde cresceu.

– Na época, quem comandava a equipe era o mestre Abel Quadro. Ele abriu as portas da academia pra mim e me deu a oportunidade de começar no esporte. Com o passar do tempo, o mestre Abel foi fazendo contatos com o pessoal do Jiu-jitsu que ele conhecia, e cada vez mais trazia material pra treinarmos, pessoas de lugares diferentes. Ele me ajudou muito no começo da caminhada, sempre puxando minhas orelhas, me ajudando muito. Acreditou em mim quando eu era um moleque magrinho e sem técnica nenhuma – disse.

Quando a Hash Team parou de oferecer treinamentos de Jiu-jitsu, Alisson conheceu o mestre Jorge Freitas, da equipe Brazuka, que se tornou seu segundo treinador. Nessa época, o atleta havia voltado a morar em Caçapava.

– O mestre Jorge decidiu me ajudar, e passei a ser bolsista da academia dele. Eu chegava todo dia mais cedo para limpar a academia e o tatame, e, quando não estava treinando Jiu-jitsu, estava fazendo treino físico, funcional. Eu era o atleta mais novo da academia e o único que treinava com o intuito de ser competidor – contou.

Apenas três meses após iniciar os treinos, Alisson participou de sua primeira competição, o Campeonato Gaúcho de Jiu-jitsu, do qual se sagrou vice-campeão.

– Esse resultado, logo no começo, me fez ver que eu tinha potencial pra ser o lutador que eu queria, e comecei a treinar cada vez mais. Acordava todos os dias às 5h pra correr. Logo depois, treinava calistenia, pulava corda, puxava ferro e fazia treino funcional. Às 19h, eu treinava Jiu-jitsu. Normalmente, eram umas 6 horas de treino por dia, alguns dias mais, outros menos. Mas sempre mantive o ritmo, dando o melhor de mim na luta – relatou.

Então, em março de 2020, veio a pandemia da Covid-19, que obrigou o fechamento da academia e levou Alisson a perder seu local de treino de Jiu-jitsu. Mas isso não o parou. Adaptando-se à nova realidade, ele passou a fazer seus treinos físicos sozinho.

– Fazia a corrida matinal todo dia, ia ao Areião do Forte fazer barra, voltava pra casa e pulava corda, depois puxava ferro, fazia um treino funcional e, depois, movimentação em cima de um saco de pancadas. Só não treinava Jiu-jitsu porque não tinha como – explicou.

Por essa época, Alisson começou a também treinar boxe, com o professor Ivan Toretto, da academia Forte Boxe. Então veio a ideia de retornar a Porto Alegre, onde mora agora, para ter melhores condições de treinamento. Alisson faz parte da equipe Scorpyon, treinada pelo mestre Regis Alexandre, e também dá aulas para crianças na academia.

Atualmente com 18 anos, Alisson segue treinando diariamente com o objetivo de se tornar um atleta de alto nível. Para isso, pratica também muay thai, boxe, bike, calistenia, preparação física e natação. E todo seu esforço já lhe rendeu resultados. Mesmo com pouco tempo de carreira – apenas dois anos –, ele já soma 55 lutas, sendo 39 vitórias (32 por finalização) e 16 derrotas, e os títulos de Campeão AJP Tuor Internacional PRO, Campeão Gaúcho NO-GI (quatro vezes), Campeão FJJ-RS NO-GI (duas vezes), Campeão Gaúcho (três vezes) e Campeão PRO-RS.

No domingo, dia 1º de maio, Alisson participou da 1ª Etapa do Circuito Estadual de Jiu-jitsu de 2022 e sagrou-se campeão na categoria adulto azul médio, vice-campeão NO-GI (sem quimono) e terceiro colocado absoluto NO-GI.

– Estou trilhando um longo caminho. Sempre fui um garoto revoltado, e o Jiu-jitsu me disciplinou. Até na minha vida pessoal me tornei mais focado. Uma coisa que me ajudou no começou foi saber aonde queria chegar, o que queria fazer. Isso me ajudou a não desviar do foco e a seguir adiante. O começo é muito difícil, mas é o momento em que mais evoluímos. A minha caminhada me ensinou que trabalho duro dá bons frutos, meus resultados falam por si. Meus planos para o futuro são ir para o MMA – finalizou.

Foto: Vani Batista de Oliveira