O secretário de Cultura e Turismo, Stener Camargo, e o secretário-adjunto da pasta, Erni Rocha, reuniram-se com o responsável pelo Instituto Cavaleiros Farroupilhas, Dorotéo Fagundes, sobre o interesse em transformar a Casa dos Ministérios em um espaço multicultural do Estado e na sede do Instituto. Também estiveram no encontro o ex-secretário de Planejamento e Meio Ambiente, Flávio Monteiro, que intermediou a reunião; a Imprensa Municipal; a secretária Geral, Cássia Freitas; o vice-prefeito Luiz Guglielmin; e uma equipe de engenheiros e arquitetos da Alfa Ideias, que apresentou uma proposta de projeto.

A ideia é transformar o espaço em um local com acessibilidade, contendo biblioteca, filmoteca, museu, secretaria, salão de atos e eventos, sala de reuniões modernizada, cozinha, churrasqueira e adega, iluminação e sonorização cênica, além de resgatar uma sala secreta da maçonaria e criar uma sala de memória da imprensa, pois, na Casa, também foi editado o primeiro jornal impresso no município, o Jornal do Governo da República Rio-grandense, O Povo.

– Nosso sonho é que a Casa proporcione o desenvolvimento de eventos a serviço da comunidade, e que a história dela, dos Guerreiros Farrapos, da imprensa local e estadual não vire ruínas e desapareça – disse Fagundes.

A Casa dos Ministérios, também conhecida como Casa Ulhôa Cintra, é um exemplar da arquitetura luso-brasileira, já teve diversos donos, e é de propriedade particular. Desde 2014, o Ministério Público (MP) move uma ação para que sejam feitos reparos pelos proprietários atuais para evitar a depredação, porém, como se trata de Patrimônio Histórico, o valor de restauro é elevado.

Após a Revolução Farroupilha, ainda no século XIX, a Casa foi residência de Ulhôa Cintra e família, além de espaço de exibição de filmes. O local também já foi sede do Clube União Caçapavana de 1902 a 1908, e do Museu Lanceiros do Sul na década de 1970, segundo a pesquisa de historiadores da Alfa Ideias.

– A Prefeitura tem dialogado com o MP, o Iphae, os proprietários, os projetistas e até mesmo com empresas locais, buscando alternativas jurídicas e possibilidades de restauro, cujo orçamento ultrapassa R$ 3 milhões para que seja dentro dos padrões exigidos de restauração de Patrimônio Histórico. Estamos agindo para tentar viabilizar, mas sabemos que é burocrático, uma vez que o imóvel é de propriedade particular e que o município não teria condições de assumir com o valor, que representaria praticamente todo o orçamento da Secretaria por pelo menos três anos, e inviabilizaria o restante das demandas da pasta de Cultura e Turismo – declarou Stener.

Ainda de acordo com o secretário, o Instituto Cavaleiros Farroupilhas e a Alfa Ideias pretendem captar recursos através da Lei Rouanet, elaborar o projeto e, então, executar a reforma.