Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 1.055 municípios brasileiros têm acesso a um serviço de coleta seletiva eficaz. Mesmo com o aumento de 42% desde o último censo do IBGE, esse número representa apenas aproximadamente 15% do total de cidades do país.

A coleta seletiva, ou seja, o recolhimento dos materiais que são passíveis de reutilização traz benefícios para o planeta e para a vida das pessoas. Com ela, é possível fazer a reciclagem de vários materiais, como papéis, plásticos, metais e vidros, economizando recursos.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, aproximadamente 30% dos resíduos gerados no país possuem potencial para serem reciclados, porém este índice depende da adesão dos munícipes na separação quando gerados.

Caçapava produz ao redor de 500 toneladas de resíduos por mês. Segundo o engenheiro ambiental e sanitarista Stener Camargo de Oliveira, atualmente, estes resíduos são encaminhados para um aterro sanitário licenciado em Santa Maria, e o valor pago por tonelada é de R$ 100,00.

– No ano de 2019, a prefeitura elaborou uma licitação inédita e exclusiva para aterro sanitário. Antes, era licitado o transporte e o destino final. A partir de um estudo técnico elaborado com o auxílio do TCE-RS, conseguimos reduzir os custos de destinação final de R$ 119,00/tonelada para R$100/tonelada, o que representa uma economia de mais de R$ 570 mil ao longo de 60 meses de contrato – relatou o engenheiro.

Stener destacou, também, que a prefeitura encaminhou um projeto de lei que institui o Programa Municipal de Apoio aos Catadores de Materiais Recicláveis, que foi aprovado nesse ano (lei Nº 4.174, de 13 de agosto de 2020) visando cumprir a Lei Federal 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Com a lei municipal aprovada, Caçapava começou, então, a cadastrar os catadores de recicláveis junto às secretarias do Planejamento e Meio Ambiente e de Assistência Social. A partir deste cadastro, o município garante assistência técnica; assistência alimentar através da entrega de uma cesta básica por mês; fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs); fornecimento de material educativo; realização de campanhas que incentivem os caçapavanos a separar seus resíduos e destiná-los à coleta seletiva; fornecimento de equipamentos necessários para o funcionamento da coleta seletiva; e possibilidade de firmar convênios com as associações de catadores existentes no município.

O projeto foi implantado em novembro, junto ao CRAS Floresta, e está em andamento. Recentemente, foi aprovado um auxílio financeiro à Associação Recicla Pampa no valor de R$ 24 mil, que custeará o aluguel do galpão onde funciona a triagem e o enfardamento dos resíduos.

Os caçapavanos que desejarem descartar materiais recicláveis (confira lista abaixo) podem entregar na Associação de Catadores Recicla Pampa, que fica na Rua Barão do Cerro Formoso, 1043, ou solicitar que os catadores recolham esses resíduos através dos telefones (55) 996313589 e (55) 999937937.

– Entendemos que há muito a se fazer para termos um sistema de coleta seletiva mais efetivo, porém os passos iniciais para isso foram dados com o cadastramento dos catadores, com os apoios financeiro e técnico, com alimentação e EPIs. Seguiremos trabalhando para adquirir um veículo adequado, criar um roteiro que contemple os bairros e cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos, bem como garantir direitos, através das secretarias – concluiu Stener.

Materiais que são recebidos pela associação:

Papel: caixas de leite; papelão; papel; jornais; revistas; livros; apostilas; polígrafos; cadernos; e encartes.

Plástico: baldes e bacias; embalagens de óleo, de plástico variados, brancas e coloridas, de produtos de limpeza; garrafas PET; sacolas de plástico coloridas e transparentes; e parte plástica de TVs de tubo e de ventiladores.

Metal: latinhas de alumínio; e restos de alumínio e de cobre, incluindo panelas.

Vidro: garrafas de bebidas; e vidro de compota, de café 900g.