Ultramaratonista Gabriel Borges Gasparotto percorreu 90 quilômetros correndo e caminhando. Ele realizou este desafio em prol do paratleta gaúcho Vladmi dos Santos, que foi atropelado enquanto treinava nas ruas de Rio Grande

Domingo, 27 de fevereiro, metade de um feriado prolongado. Qual foi o seu programa? O do ultramaratonista caçapavano Gabriel Borges Gasparotto foi correr e caminhar por 12 horas na pista atlética do Areião. Ele começou às 7h e só parou às 19h, percorrendo 90 quilômetros, sua maior marca até agora.

A ação foi realizada em prol do paratleta ultramaratonista Vladmi dos Santos, que foi atropelado em 2010 enquanto treinava nas ruas de Rio Grande. Cego desde os 34 anos devido a um problema na retina, com o acidente, ele começou a perder a audição do ouvido direito. Agora, o quadro vem se agravando e já afeta também o ouvido esquerdo. Por isso, o paratleta precisa de ajuda para custear o tratamento.

Disposto a auxiliá-lo, Gabriel se inspirou no próprio Vladmi na hora de escolher o desafio.

– Ele já fez inúmeros desafios semelhantes a esse, de sete, dez, doze horas, para arrecadar roupas, agasalhos e cobertores para ajudar famílias em vulnerabilidade – contou Gabriel.

Mas o ultramaratonista caçapavano não realizou o desafio sozinho. Embora não tenham se exercitado pelo mesmo período de tempo, amigos de Gabriel e outros atletas, membros da Associação de Corredores de Rua de Caçapava do Sul (Ascorca) também participaram.

– O plano inicial era que eu fizesse essas 12 horas. Convidei as pessoas para que fossem lá correr e caminhar também, vários atletas da cidade correram comigo. Alguns foram pela manhã, depois retornaram à tarde; outros foram para caminhar, sem nem saber do desafio – relatou.

As doações para Vladmi foram arrecadadas no local ou via Pix, diretamente para ele. Em dinheiro, no dia, foram arrecadados R$ 200,00. Como não teve acesso aos valores depositados via Pix, Gabriel não soube informar o total conseguido com esta ação, mas estima que mais de R$ 500,00 tenham sido doados pelos caçapavanos.

– O engajamento foi muito bom. A divulgação foi feita de maneira bem informal, e com a pandemia, não podia ser um grande evento. Duas pessoas fizeram lives de lá, bastante gente ficou sabendo assim e foi até lá ajudar. Toda a ação foi bem positiva – avaliou Gabriel.

Outras ações solidárias como essa devem ser realizadas nos próximos meses, conforme Gabriel, promovidas pela Ascorca.

Foto: Divulgação