
Qual o futuro da economia em Caçapava?

Com o avanço da vacinação e os números da pandemia em estabilidade, empresários projetam um cenário melhor para os próximos meses, principalmente com mais movimento no comércio. Mas alertam: o momento ainda requer cuidado para que não haja retrocesso
Um ano e meio de pandemia. Nesse período, em um primeiro momento, as atividades econômicas estiveram paradas. Depois, começaram a caminhar a passos lentos, com restrições de funcionamento pelo bem da saúde de todos. Com a proximidade do término da aplicação das primeiras doses das vacinas contra a Covid-19 nos gaúchos maiores de 18 anos, e com os números da pandemia estáveis, a população começa a ter uma sensação de segurança sanitária novamente, e já é possível pensar em uma volta à normalidade no médio prazo.
Por isso, a Gazeta ouviu os presidentes da Associação Comercial e Industrial de Caçapava do Sul (Acic), Eraldo Vasconcelos de Souza, e da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Odacir Mariani, para saber qual a expectativa das entidades sobre o futuro da economia no município.
Expectativa de bom ritmo econômico
Para Eraldo Vasconcelos de Souza, a pandemia trouxe medo às pessoas, que saíram menos de casa, o que é muito ruim para a economia.
– Isso reduziu o consumo de quase todos os tipos de produtos, exceto alimentação e medicamentos. As pessoas deixaram de fazer coisas simples, como praticar o lazer, ir a festas e a bares, e o resultado foi a redução da circulação de dinheiro, afetando a economia. Foram centenas de empregos perdidos, negócios tradicionais que fecharam suas portas. Somando-se a tudo isso, tivemos o fechamento do comércio e a redução de pessoal na indústria, o que também gerou sérios transtornos na economia – explicou.
Segundo o presidente da Acic, com a volta à normalidade, mesmo que aos poucos, a economia começa a girar mais intensamente. Porém muitos negócios não voltarão mais, e há empreendedores que viram seus sonhos serem enterrados.
– Mas estamos entrando numa nova realidade, um mundo em que a tecnologia será a principal ferramenta de geração de riquezas. Esse mundo terá pessoas mais preocupadas com o bem-estar. Nos negócios, ferramentas como o marketing digital e o delivery serão importantes para os resultados das empresas ainda em época de distanciamento, o que deve perdurar por um bom tempo – avalia Eraldo Vasconcelos.
Ainda de acordo com ele, em Caçapava, há esperança de que a economia continue a andar em bom ritmo.
– Temos uma indústria forte, um agronegócio sólido e com bons resultados, e um comércio forte. Além disso, temos oportunidades valiosas ainda inexploradas, como o turismo, que tem um belo projeto sendo trabalhado, que é o Geoparque, do qual esperamos muito. Podemos acelerar essa retomada se os empresários e os futuros empresários, mais o setor público, se derem conta de que é necessário estar preparado, capacitado para uma nova realidade – declarou.
Atualmente, a Acic está trabalhando no projeto “Unidos por Caçapava”, que está sob a responsabilidade do Núcleo de Jovens Empreendedores da entidade, e tem o objetivo de melhorar o desenvolvimento econômico e social do município.
– No lançamento do projeto, estiverem presentes lideranças locais, Executivo Municipal, Câmara de Vereadores, Assembleia Legislativa, diversas universidades e empresários que assumiram o compromisso de trabalhar por uma Caçapava melhor, capaz de gerar oportunidade de trabalho e renda de forma mais justa. Uma Caçapava que nos orgulhe. Sabemos da nossa força e acreditamos nela – finalizou.
À espera de um novo momento
Para Odacir Mariani, o comércio vem apresentando sinais de melhora nas últimas semanas, e a expectativa é de que as pessoas vacinadas saiam mais de casa. A retomada dos eventos também é aguardada, pois trará um incremento para o comércio através da venda de roupas e calçados, além de movimentar também os serviços ligados a essa área, que estão impedidos de trabalhar desde o início da pandemia.
– De qualquer maneira, as pessoas devem continuar se cuidando e respeitando as orientações para que não tenhamos um retrocesso. O momento ainda é de cuidado, a imunização ainda não está completa, uma terceira dose já foi anunciada para alguns grupos, e isso tende a se estender para os demais – alertou Odacir Mariani.
De acordo com o presidente da entidade, a CDL de Caçapava sempre se posicionou de maneira contrária ao fechamento de estabelecimentos.
– Acreditamos que, com os devidos cuidados, as atividades poderiam ter prosseguido, sempre respeitando as orientações de higienização e de distanciamento – declarou.
Sobre o futuro da economia no município, Odacir Mariani disse:
– Torcemos por um novo momento, com mais tranquilidade e uma retomada dos negócios de maneira geral, com geração de renda, criação e reabertura de postos de trabalho em todas as áreas.
Foto Eraldo Vasconcelos: arquivo pessoal
Foto Odacir Mariani: TNT Produtora