Caçapava já recebeu 170 doses da vacina pediátrica contra a Covid-19, segundo a Prefeitura. Para se vacinar, é preciso apresentar um comprovante de que a criança se enquadra no grupo prioritário, como um exame médico ou uma receita de medicamentos. Atestados não são aceitos.

Segundo a chefe do setor de epidemiologia, enfermeira Sandra Bairros, na quarta-feira, dia 19, nas seis unidades de saúde do município que têm sala de vacinação, foram vacinadas 88 crianças.

A vacinação infantil está sendo feita na Policlínica, das 13h às 17h, e nos postos de saúde (ESF) mediante agendamento. Porém, é também na Policlínica e nas ESF que ocorre a testagem e o atendimento de pacientes com suspeita de Covid-19 e sintomas gripais. Na Policlínica, a vacinação das crianças e o atendimento desses pacientes se dão em ambientes separados, mas bem próximos. No começo da tarde de quarta-feira, 19, enquanto aguardavam o início da vacinação, pais e crianças ficavam a poucos metros da fila dos que esperavam para fazer teste. Conforme o Boletim Epidemiológico divulgado na noite de ontem, dia 20, Caçapava tem o maior número de casos ativos desde o início da pandemia.

Segundo o Plano Estadual de Imunização Infantil contra a Covid-19, disponível em https://bit.ly/3IlcrA8, para a vacinação das crianças “deve ser destinado ambiente específico segregado da vacinação COVID-19 de adultos e dos atendimentos de Síndrome Gripal”.

A Gazeta tentou contato com a Secretaria da Saúde através da Assessoria de Comunicação da Prefeitura e diretamente com a secretária Inês Salles para comentar o assunto, mas não obteve retorno. Também procuramos a vereadora Patrícia Castro (PL), presidente da Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento e Bem-estar Social, para saber se a Câmara de Vereadores acompanha a situação. Ela manifestou preocupação:

– Não é o certo, pessoas com suspeita de Covid e crianças dividindo o mesmo espaço. Mesmo sendo ao ar livre a espera, sabe como é criança. Muitas delas, como o meu filho, por exemplo, que tem uma deficiência permanente, não usam máscara. Então, ficam mais sujeitas à exposição ao vírus. O ideal seria um lugar específico para atender quem tem sintomas gripais ou quem vai fazer teste, diferente do local onde vão fazer a vacina – afirmou.

A vereadora Patrícia, que é dentista e atende no ESF IV, explicou que, nos postos de saúde, os testes são feitos às 10h e que a vacinação infantil será apenas às quartas-feiras. No ESF IV será à tarde.

– Poderia ser organizado para que, no dia da vacina das crianças, não fossem realizados testes ou que fizessem em turnos diferentes, que desse tempo para fazer a higienização adequada do local – opinou.

Mãe do pequeno Matias, de oito anos e portador de uma deficiência permanente, o autismo, ela conta que seu filho já está vacinado.

– Ele não usa máscara e não tem entendimento da utilização do álcool gel. Também não compreende que não pode chegar perto das pessoas, que não pode abraçar. Ele foi, desde agosto, para a escola sem máscara, e eu sempre fiquei com muito medo. Além disso, ele é obeso, o que é considerado fator de risco para a Covid. O Matias foi vacinado ontem e não apresentou nenhuma reação – relata.

Foto: Imprensa Prefeitura