O tempo vai passando, e o Brasil continua apresentando sinais débeis no que se refere ao desenvolvimento. Houve períodos, nas palavras dos dirigentes públicos, que anunciavam que o país seria uma das maiores potências econômicas do mundo. O que sempre aconteceu foi curtos períodos de números positivos e crises que liquidavam com o conquistado. É o famoso voo da galinha, como os economistas costumam classificar os curtos períodos saudáveis da economia. É sabido que, para alcançar o desenvolvimento econômico, é necessário um período de mais de cinco anos consecutivos de números positivos e acima de 4% ao ano, o que pode ser chamado de desenvolvimento sustentável. Era sempre uma luta na busca deste objetivo, mas ficava apenas na esperança. Quando o Brasil vai ser um país desenvolvido? Hoje ainda integra o BRICS, e, junto à Rússia, Índia, China e África do Sul, é denominado emergente. Destes, a China parte aceleradamente para ser a primeira potencia mundial, e a Índia tem apresentado altos desempenhos. É inegável a importância deste grupo na economia mundial, pois detém 42% da população, 23% do PIB e 18% de todo o comércio mundial. Infelizmente, o Brasil continua marcando passo e, em algumas vezes, indo de ré. Nesta última década, enquanto a economia mundial cresceu mais de 30%, o Brasil teve um desempenho de pouco mais de 2%. Num horizonte temporal mais longo, 40 anos, os dados demonstram que o país ficou distante do desempenho do mundo.

Desempenho econômico em 2020 e 2021

O ano de 2020 registrou um grande tombo em todos os países devido à pandemia da Covid-19. Alguns mais, outros menos. A Fundação Getúlio Vargas fez um estudo que englobou 30 países, utilizando os números de 2020 e as projeções do FMI para 2021. Levando em consideração estes dois anos, a economia brasileira deve apresentar uma retração média de -0,5%. Ou seja, se acontecer a retomada projetada de mais de 3%, o tombo de 2020 estará cobrindo esta recuperação. Hoje existem dúvidas sobre os números projetados para este ano, e alguns analistas já descrevem o cenário como de recessão nos dois primeiros trimestres, ficando esperanças de que, no segundo semestre, o quadro seja revertido. Isto se deve ao fato do recrudescimento da pandemia, da falta de produção de vacinas suficientes para atender a todos, da diminuição do auxílio emergencial e de novos lockdowns, que restringem a produção e diminuem o consumo. É hora de dizer que estes “fecha tudo” atingem principalmente o setor terciário, comércio e serviços, que são responsáveis pela maior parte do PIB. Portanto, a economia como um todo será bastante afetada novamente.

Recuperação mais lenta

Segundo o FMI, o agregado mundial crescerá 5,5% este ano, numa média de 0,9%, considerando 2020 e 2021. A média dos emergentes ficará em 1,8%, e o Brasil em -0,5%. Fica claro que a recuperação da economia brasileira será mais lenta do que a do resto do mundo. Levando em conta a análise de 30 países, a média brasileira do biênio fica em 13º lugar. O tão sonhado crescimento em V, que foi bastante divulgado pelo governo como uma real possibilidade de sair rapidamente de uma recessão e partir para um crescimento acelerado, foi sepultado pela Covid-19. Os números projetados para este ano, que são de um crescimento econômico de mais de 3%, dificilmente vão acontecer, pois inexiste milagre.

E agora senhores governadores?

O governo federal zerou, por sessenta dias, a contribuição do PIS/Cofins que incidiam sobre o óleo diesel. Para equilibrar esta renúncia, aumentou a taxação dos bancos e indústrias químicas. A pretensão é de que, com esta ação, o preço do óleo diesel se mantenha em patamares aceitáveis. É bom dizer que o maior imposto que incide sobre este derivado é de responsabilidade dos Estados, através do ICMS. Será que eles vão abrir mão de parte destas receitas? Pelo menos agora ninguém pode reclamar que o governo federal se omitiu!

O pavor na mídia

No fim do dia, depois de um período sofrido, vendo quase tudo fechado, cidade quase vazia, fica difícil de assistir o noticiário da mídia. É um verdadeiro massacre! Um filme de terror, principalmente em alguns canais. Alguns! Evite estes. Sorte que existe a Netflix.

Pense

Os pequenos atos de cada dia fazem ou desfazem o caráter.