Em consequência das altas taxas de ocupação de leitos de Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) nos hospitais do Rio Grande do Sul – atualmente variando próximo aos 70% na rede pública –, a Secretaria da Saúde (SES) está mobilizada para não deixar nenhum cidadão desassistido nas próximas semanas, seja por Covid-19 ou outros agravos. Na quinta-feira (26), a equipe diretiva voltou a se reunir com secretários municipais de Saúde, em especial aqueles em gestão plena, e com o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS) para reavaliar a situação da pandemia da Covid-19 em território gaúcho.

O objetivo do encontro foi reativar leitos hospitalares desativados no momento em que a curva epidemiológica da doença começou a cair. “Alguns leitos que estavam voltados exclusivamente ao atendimento de pacientes com Covid-19 foram desativados para dar espaço ao atendimento de pacientes não-Covid, ou por esgotamento dos profissionais de saúde ou mesmo por problemas operacionais”, explicou o diretor do Departamento de Regulação Estadual, Eduardo Elsade.

A secretária da Saúde, Arita Bergmann, lembrou que a rede hospitalar pública gaúcha mais que dobrou a capacidade de atendimento de terapia intensiva desde o início da pandemia, passando de 933 para 1.882 leitos de UTI adulto por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, diversas ações emergenciais foram tomadas durante os últimos meses para evitar a sobrecarga do sistema.

“As medidas de proteção básicas de distanciamento físico e higiene são fundamentais neste cenário”, reforçou Arita. “Sabemos que a população já está saturada de manter o isolamento, mas as equipes médicas estão ainda mais saturadas”, ressaltou a presidente do Cosems/RS, Claudia Daniel.

O diretor-geral de regulação do município de Porto Alegre, Jorge Luís Osório, frisou que, neste momento, tanto os casos de Covid-19 como os não-Covid estão no topo das prioridades de atendimento, em decorrência da agudização de agravos de saúde, e que geram filas de demanda reprimida.

“Precisamos traçar novas estratégias neste momento em que os números de casos e internações voltaram a subir. Temos agora novos fatores com que nos preocupar, como o cansaço dos profissionais na linha de frente, a saúde mental da população e os atendimentos não-Covid que não podem ser postergados. Mas acreditamos que unindo forças podemos vencer esse desafio”, completou Arita.

Os gestores assumiram o compromisso de manter aberto o máximo possível de vagas. Além disso, a SES está verificando junto aos hospitais onde existe a possibilidade de abertura de novos leitos de terapia intensiva, uma vez que há equipamentos adquiridos pelo governo Estado disponíveis para empréstimo.

Texto: Ascom SES
Edição: Secom