Quando as primeiras notícias da pandemia do Corona vírus ocuparam as manchetes do país e do mundo, ficamos com muita pena dos chineses que morriam às dezenas, centenas e até milhares por esse mal.

Assistíamos de longe, como num filme, ao desenrolar dos acontecimentos, à progressiva contaminação dos países vizinhos. Mas tudo se passava lá naqueles países longínquos que temos de procurar no mapa e tentar memorizar suas capitais e cidades onde o vírus se espalhou.

Quando o mal chegou à Europa e foi declarado como pandemia, ainda pensávamos que o Brasil e a América Latina estavam seguras e protegidas.

Nosso primeiro caso foi de um senhor vindo da Itália, aonde fora a passeio. Coitado, não resistiu. Mas ainda pensávamos que ele seria o único e que o Governo deveria controlar as chegadas de pessoas de outros países. Puro engano, em pouco tempo, o vírus alastrou-se de norte a sul, primeiro nas grandes cidades e chegando cada dia mais ao interior.

Nesse contexto, a insegurança tomou conta da sociedade. O que fazer, como prevenir-nos, qual o remédio, quando haverá uma vacina? Quando já nos sentíamos mais protegidos pelas orientações do Ministério da Saúde, eis que o Planalto passou a demitir um Ministro e depois o seguinte, e até hoje não houve substituição. Por enquanto há apenas um vice-ministro sem formação médica, que só edita medidas que sejam aprovadas pelo Presidente.

Nosso país está sendo desacreditado pelos demais que seguem as normas da O.M.S., e aparece como o vilão que desmata as florestas, não protege os indígenas da pandemia e trata a doença como uma gripezinha que deve ser curada pelo remédio de que fez grande estoque, comprado dos Estados Unidos – país mui amigo – que já deixou de usá-lo.

O Brasil já teve melhor classificação no ranking mundial, como a nação de grandes reservas de energia, de matéria prima e de crescente desenvolvimento social e econômico. Um país acolhedor que recebia imigrantes esperançosos de uma vida melhor.

Agora é o segundo na lista do maior número de mortos e contaminados pelo Covid 19.  Além disso, consta como um dos mais atrasados em educação e onde as desigualdades sociais estão em ascensão e a violência, não só entre os bandidos, mas com muita frequência da polícia, é manchete diária em todo o território.

Nossa sorte é que os Estados e municípios têm relativa liberdade de decretar medidas de isolamento social e cuidados sanitários para debelar o contágio.

E isso tem sido feito com muita responsabilidade e sensatez pela maior parte dos Governadores e Prefeitos.

Pena é que muita gente não segue os preceitos, faz festas, anda sem máscara e desobedece ao distanciamento aconselhado, e assim o vírus se espalha.

Benditas as redes sociais, que nos mantêm ligados no afeto, ainda que distantes, de nossos familiares. E a Internet que permite aos pais e mães trabalhar em casa por on-line, ficando bem próximas dos filhos, com quem podem brincar e conviver com carinho. E a educação fica plenamente assegurada.

   Por Anna Zoé Cavalheiro