Planeta Terra em algum momento no futuro. Ou Estado Mundial em algum momento no futuro? Bem, nesse lugar, as coisas são feitas de uma forma diferente. Até o surgimento de novos humanos. Isso que hoje a gente chama de nascimento não será mais igual. Tudo ocorrerá numa espécie de fábrica, e será responsabilidade de novos profissionais que surgirão, como os fecundadores, por exemplo. Através desse processo, todas as crianças estarão predestinadas. No novo mundo, todos serão felizes!

Será?

Nesse futuro, o tempo também é contado de forma diferente… Sabe o a.C. e o d.C.? Não mais existirão. Será a.F. e d.F.: antes e depois de Ford. A reprodução humana é feita em série, como a produção de automóveis idealizada por Henry Ford no passado. Isso resolveu muitos problemas, já que proporcionou, como é citado no livro, casos como os dos 96 gêmeos idênticos para operar 96 máquinas idênticas. E todos serão felizes!

Será?

Nesta sociedade, todos são divididos em castas e pré-programados a sentirem-se confortáveis na situação que lhes foi imposta. Isso é o que nos mostra Admirável mundo novo, de Aldous Huxley. Esta obra é uma distopia clássica. Mas o que é uma distopia?

Perguntinha difícil essa… Em linhas bem gerais, pois não sou nenhuma especialista no assunto, as distopias mostrarão um mundo futuro – ou uma versão do nosso mundo no futuro – em que as pessoas (ou parte delas) são oprimidas de alguma forma. Muito ouvi dizerem que as distopias são o contrário das utopias, mas a distopia de um pode ser a utopia de outro.

Agora você se pergunta: se tudo que falei no início sobre o Estado Mundial é tão positivo, porque a obra é uma distopia? Leia e descubra.

 

Referência: HUXLEY, Aldous. Admirável mundo novo. Tradução de Lino Vallandro, Vidal Serrano. 22ed. São Paulo: Globo, 2014. 314p.