Pela lógica racional, o que se espera do ser humano evoluído e/ou com todas as possibilidades de evoluir são sentimentos e ações de tolerância diante das situações que se apresentam no cotidiano. Acompanhando os meios de comunicação social, percebemos um crescimento assustador da intolerância no país e pelo planeta.

Como podemos definir a intolerância? Podemos dizer que é o mesmo que ausência de tolerância, falta de compreensão ou aceitação em relação a algo. Toda pessoa que age com intolerância é chamada de intolerante e, por norma, apresenta um comportamento de repulsa, repugnância e ódio por determinada coisa que lhe seja diferente.

Do ponto de vista social, as pessoas intolerantes não conseguem aceitar divergentes pontos de vista, ideias ou culturas, principalmente pelo fato de não compreenderem a diversidade da qual é formado o mundo.

Como esquecer a morte de tantos irmãos nossos, vítimas das mais diversas formas de intolerância, inclusive a  racial e até mesmo a religiosa? O que dizer diante da morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Philips, ambos assassinados brutalmente na Amazônia. O que dizer diante das 41,1 mil  mortes violentas ocorridas em nosso país no ano de 2021?

Não podemos continuar tratando essa realidade como se fosse normal. Não são apenas números, mas vidas que foram e continuam sendo ceifadas pela intolerância. Somente  no ano de 2021, denúncias de intolerância religiosa cresceram 141% no Brasil. A intolerância religiosa é a conduta individual ou institucional que ofende um indivíduo ou um grupo em razão de sua descrença ou crença religiosa. Tratamento ultrajante que se manifesta por diferentes modos, seja pela palavra, por meio de discurso de ódio, ou por ação.

A grande pergunta que não cala diante das mais diversas formas de intolerância é essa: de onde vem tanto ódio se todos nós somos frutos do amor de Deus e de nossos pais? Pelo batismo nos tornamos filhos de Deus e templos do Espírito Santo de Deus. Como somos capazes de desrespeitar, destruir tanto Deus presente no nosso próximo? Onde estamos falhando? Na família? Nas escolas? Nas igrejas? Será que nossa linguagem é incompreensível? Até quando vamos conviver com essas cenas lamentáveis de intolerância que gera tanta violência no meio de nós e causa tanta dor no coração da humanidade?

Não podemos esquecer que Deus, nosso criador, nos deu a oportunidade da vida para vivermos no amor e não na violência! Quantos irmãos mais terão de morrer para que nossa vergonha se transforme em indignação? Paz e respeito com a vida e a dignidade de nosso próximo precisam fazer parte do nosso cotidiano.

Chega de intolerância! Chega de violência!