Os números da Covid-19 apresentados em Caçapava na última semana foram assustadores. O grande crescimento de casos começou a ser notado no Boletim Epidemiológico divulgado pela Prefeitura na segunda-feira, dia 22, quando 52 foram registrados. Este cenário seguiu sem mudanças nos dois seguintes, com 49 novos casos na quarta e 82 na sexta.

Mas não apenas esses dados aumentaram na última semana, a procura por testes em laboratórios particulares também.

– Essa demanda aumentou muito porque as pessoas estão voltando das férias e indo trabalhar. Quem foi pro Litoral, onde teve aglomerações, tem grande possibilidade de estar transmitindo, e transmitiu, como a gente está vendo. Como isso afeta as empresas, a Vigilância Sanitária pede que, se aparecer um caso positivo, para garantir a segurança de quem está trabalhando e do público que vai entrar nesses locais, se faça uma varredura. Eles não são obrigados, mas, se não fizerem, têm que fechar por uns dois ou três dias para observar se não aparece mais nenhum caso sintomático, e para fazer uma desinfecção. Mas os empresários não querem ficar com a empresa fechada, então, mandam os funcionários contaminados pra casa, e continuam o trabalho. Por isso, deu essa grande quantidade de pessoas agora fazendo testes, e também porque está tendo uma grande contaminação. Pelo que estou vendo, a maioria tem algum envolvimento com a chegada das férias, e são jovens – declarou Alexandre Nabaes Ferreira, do Laboratório Saretta.

Também segundo Alexandre, o perfil de quem está buscando em grande quantidade fazer exames agora é de jovens entre 18 e 40 anos, pessoas ativas, que trabalham e estão retornando de viagens.

– As pessoas deveriam, pelo menos por umas duas semanas, evitar contato, evitar festas. E quem vier da praia, não chegar na hora de trabalhar. Esse é um problema, chegam no domingo para trabalhar na segunda. O interessante seria chegar e ficar de três a quatro dias em observação em casa, para aí sim, se não sentisse nada, voltar a trabalhar – aconselha.

Para Alexandre, o início da vacinação causou uma sensação falsa de que a pandemia está acabando, quando, na verdade, há muito poucas doses disponíveis para imunizar a população. Isso pode ter feito com que as pessoas relaxassem, e contribuído para esta alta taxa de contaminação.

– Estamos vivendo um período muito crítico, mais do que em agosto e setembro, e já começa a faltar reativos para fazer exames e algumas medicações. Deixo o pedido para que as pessoas continuem se cuidando, fazendo tudo que já sabem que deve ser feito, e não relaxem como está acontecendo agora – finaliza.