Omar de Barros Filho durante as gravações de “A Palestina brasileira”

O Mercado Espaço Cultural estará coordenando oficinas de audiovisual que serão oferecidas em Caçapava. Organizado pelo jornalista, diretor e roteirista Omar de Barros Filho, o projeto chamado Kino Kaos é realizado por meio do edital Criação e formação de diversidade das culturas, com recursos da Lei Aldyr Blanc, e ocorrerá também em Pelotas e em Santana do Livramento.

Serão três oficinas: Direção, ministrada por Omar; Roteiros, com o dramaturgo, ator e roteirista João Luís Martinez; e Produção Executiva, com a produtora de cinema, shows e espetáculos Rosane Furtado. Os encontros estão programados para os dias 16, 17 e 18 de junho, a partir das 10 horas, e serão online através da plataforma Zoom.

– A criação, a formação profissional e o surgimento de novos talentos são oportunidades únicas no sentido de provocar mentes e corações em um cenário cinematográfico que, na atualidade, está comprometido pela inação e pela adversidade no país. Optamos por esse formato das oficinas como uma forma de seguirmos ativos, já que filmar hoje é quase impossível no Brasil – declarou Omar. Dentre as dificuldades, ele cita ataques à estrutura de financiamento e de produção de filmes e a destruição da Agência Nacional do Cinema (Ancine).

Omar iniciou a carreira como repórter na companhia Caldas Jr., em Porto Alegre, nos anos 1970. Depois, trabalhou no Jornal da Tarde, em São Paulo, e foi editor do Versus, um jornal alternativo voltado à cultura e à política durante a Ditadura Militar. Também trabalhou em países da América Latina, como El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Bolívia, México e Colômbia, escrevendo reportagens para publicações nacionais e europeias.

O jornalista é autor dos livros El Salvador: um fuzil para Ana Guadalupe, sobre a guerra civil salvadorenha, e Bolívia: vocação e destino, que trata do processo político e social boliviano. Como roteirista e diretor, trabalhou em “A Palestina brasileira”, documentário de longa-metragem sobre a comunidade palestina que vive no Rio Grande do Sul. As filmagens ocorreram aqui no Estado e no Oriente Médio. “A Palestina brasileira” foi exibido em mais de 20 festivais no Brasil e no exterior.

– É um filme combativo, de alguma forma enfrenta a situação de injustiça que o povo palestino vive hoje. Um povo que corre o risco de perder sua terra e sua cultura, seu legado cultural – comentou.

Sobre as oficinas, Omar explica que são gratuitas, assim como os tutoriais que serão realizados posteriormente. Quem quiser se inscrever deve entrar em contato Giordano Borba pelo telefone (55) 9 9900-1978, ou pelas páginas do Mercado Espaço Cultural no Facebook ou do Mercado das Pulgas Cultural no Instagram. Serão fornecidos certificados aos participantes.

Foto: arquivo pessoal