A Delegacia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab), de Bagé, concluiu a investigação do caso de estelionato milionário aplicado contra pecuaristas de diversas cidades do Estado. Segundo a Polícia Civil, o inquérito da Operação Aramado foi encaminhado ao Poder Judiciário na quarta-feira, dia 21, e oito pessoas foram indiciadas por estelionato e organização criminosa.

A operação iniciou em junho, após a Decrab receber uma série de denúncias. Conforme a Polícia, somados, os crimes representam um dos maiores golpes já aplicados contra a pecuária gaúcha, e foram cometidos com igual forma de atuação: os animais eram comprados com prazo para pagamento, e pagos com cheques que, no momento de descontar, as vítimas descobriam que não tinham previsão de fundos.

A primeira fase da Operação Aramado foi deflagrada em 22 de junho, quando dois investigados foram presos – um em Porto alegre e outro em Caçapava –, e sete pessoas tiveram bens bloqueados pela Justiça. Já na segunda fase, em 09 de julho, foram cumpridas 39 ordens judiciais, entre elas as prisões de um servidor público da Inspetoria Veterinária de Formigueiro e de um corretor de gado que, de acordo com a Polícia, estava diretamente ligado ao grupo. Nesta fase, também foram apreendidos 12.852 reses que haviam sido vendidas pelos suspeitos para 22 propriedades rurais (19 do Rio Grande do Sul, uma de São Paulo, uma do Mato Grosso do Sul e uma do Tocantins). Além disso, outras cinco pessoas tiveram seus bens bloqueados.

Conforme o delegado André Mendes, titular da Decrab, o inquérito conta com bens apreendidos que, juntos, somam patrimônio estimado em R$ 50 milhões, e ficarão à disposição da Justiça para um eventual ressarcimento das vítimas no decorrer do andamento do processo.

Foto: Polícia Civil/Divulgação