Inspetoria Veterinária está indicando a vacinação dos rebanhos contra a doença

Uma ocorrência de raiva bovina foi registrada em Caçapava na sexta-feira, dia 19. O caso ocorreu em uma propriedade rural no Seival. Segundo a fiscal estadual agropecuária que atua na Inspetoria Veterinária do município, Brunna Velho, desde o início do ano há relatos de mordeduras de morcegos, além de notificações de mortes de animais com sintomatologias de raiva.

– A partir destes registros, pedimos aos produtores que, assim que notassem algum animal com sintomas compatíveis com raiva, notificassem a Inspetoria para que pudéssemos verificar o animal e, se fosse realmente compatível, coletar o material para exame – disse Brunna.

Sobre o caso do Seival, a fiscal declarou que uma equipe da Inspetoria esteve na propriedade na sexta-feira, dia 19, e constatou que de fato poderia se tratar da doença. Assim, o animal foi sacrificado para coleta do encéfalo, e o material foi enviado para análise pelo laboratório da Secretaria da Agricultura do Estado. O resultado saiu na segunda-feira, dia 22, e foi positivo para raiva.

– Essa é uma doença que acomete herbívoros: bovinos, equinos e menos frequentemente ovinos e suínos. Ela é transmitida pela mordedura de morcegos hematófagos, que são geralmente encontrados no campo. Não são os mesmos que existem nas cidades, é um tipo específico que se alimenta de sangue de animais. Então, um morcego contaminado com raiva, ao se alimentar com o sangue de algum animal, acaba transmitindo a doença – explica Brunna.

Conforme a fiscal, o principal sintoma da raiva é a dificuldade de locomoção, que vai se agravando com o passar dos dias, até que o animal já não caminhe mais, nem possa levantar. A doença não tem cura, nem tratamento, e pode levar até quatro ou cinco dias para o animal morrer devido à paralisia de todos os músculos do corpo.

Se um produtor notar que algum animal de seu rebanho apresenta sintomas compatíveis com a doença, deve comunicar a Inspetoria Veterinária, pois a raiva está incluída na lista de notificações obrigatórias da Secretaria da Agricultura.

– Quando um produtor vê que morreu algum animal com sintomas, precisa avisar a Inspetoria, porque a gente acaba diferenciando de outras doenças que também têm sintomas nervosos e podemos orientá-lo. O produtor não deve ter receio de vir até aqui, porque quanto antes for a notificação, mais rápido a gente consegue adotar medidas e avisar os vizinhos para que vacinem seus animais – explica Brunna.

A única forma de prevenir a raiva é a vacinação do rebanho, que deve receber um reforço 21 dias após a aplicação da primeira dose. A partir daí, a vacina ocorre anualmente.

– Hoje está sendo indicada a vacinação no município de Caçapava, visto que um foco já foi confirmado. A gente sabe que há uma migração dos morcegos, os focos podem mudar de lugar e se espalhar pelo município. Então, além de vacinar os animais, o produtor tem que estar atendo aos sintomas no campo – alerta a fiscal.

Atualmente, a Inspetoria Veterinária tem cadastrados 38 refúgios de morcegos em Caçapava, mas podem existir outros. Estes locais são onde estão ou já estiveram os animais. De acordo com Brunna, a importância de se manter estes refúgios é que facilita a localização de possíveis focos.

– Não é aconselhado fechar um local onde os morcegos estejam, porque eles irão para outro lugar que a gente não vai saber onde é – diz Brunna.

Quanto à transmissão da doença para o homem, a fiscal explica que pode ocorrer ao manipular um animal infectado, e que há relatos, no Norte do país, de casos de mordeduras de morcego em humanos.

– O que se sabe é que a contaminação por raiva leva à morte. Poucas pessoas tiveram recuperação, e ficaram com sequelas – finaliza a fiscal.

O contato com a Inspetoria pode ser feito presencialmente, pelo e-mail ivz-cacapavadosul@agricultura.rs.gov.br, ou pelo telefone (55) 3281-1224, que é fixo e WhatsApp.