Desde que começou a pandemia em março, o MP vem fazendo uma fiscalização constante sobre a maneira que o município vem conduzindo as medidas de controle e combate a pandemia do coronavírus. Baseada nesta fiscalização, e para dar maior transparência sobre elas à comunidade, o MP reuniu representantes dos Poderes e do Hospital de Caridade Dr. Victor Lang para tratar de dirimir dúvidas entre o Hospital, Poderes e a comunidade.

“Os decretos do Governo de Caçapava estão sempre de acordo com a Lei e com a determinação do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Sempre deixei claro que estava acompanhando as decisões, sem fazer parte das reuniões, pois cabe ao MP não promover as ações, mas fiscalizar as ações, os cumprimentos de Lei e Ordenamento Jurídico de Despesas e, se necessário, mas não é o caso de Caçapava, ajuizar ações em relações a práticas negligentes ou improbidade administrativa”, informou o promotor Diogo Taborda, que conduziu a reunião entre Hospital e Poderes.

“O município deixou bem claro se valer do Gerinte (Sistema SUS) nas medidas adotadas por ele, e no momento que o médico, que é uma opinião técnica, decide encaminhar, através da central de regulação (que para Covid-19 é Cachoeira) e é encaminhado para o hospital de alta complexidade que dispõe do leito, é preciso seguir as determinações destes especialistas. A Prefeitura até hoje aluga uma UTI móvel para a transferência do paciente, em caso de necessidade, mas já informou à imprensa, e MP, a compra de uma UTI móvel que deve chegar nos próximos 40 dias para mais ou menos, de acordo com os trâmites burocráticos”, completou Taborda.

‘Desde que iniciou essa luta pelo coronavírus, nós cidadãos do mundo todo, não imaginávamos passar por momentos tão diferentes, de ter de nos distanciarmos de quem gostamos, inclusive familiares, para poder manter nossa saúde segura. Como gestor, eu também não esperava, obviamente, passar por situações a ponto de termos de decretar distanciamento social, obrigatoriedade de sanções para manter a vida das pessoas a salvo. O município tem tratado desde o início da pandemia com o Hospital, com muito diálogo, e em conjunto, bem como com a Câmara de Vereadores, Ministério Público e Comitê de Combate, para que possamos cada vez mais ter mais subsídio, seja jurídico ou mesmo com recursos, que buscamos com nossas bases – que são Deputados Estaduais e Federais- para atender cada vez mais com mais recurso nossa população”, frisou o Prefeito Giovani Amestoy.

O Presidente da Câmara, Mariano Teixeira, falou que tanto o Legislativo quanto o Executivo vêm conseguindo recursos para a Saúde do Município e que têm sido usados para melhorias da infraestrutura do hospital e atendimento da população caçapavana e que falta mais divulgação, por parte do hospital, que é um órgão particular, através de seu setor de comunicação, para dar transparência aos caçapavanos.

O diretor clínico do município, Dr. Jeferson Dewes, também explanou como funciona os procedimentos adotados pelo Hospital, de acordo com os protocolos mundiais de Saúde, para atender todos os pacientes que necessitarem. Garantimos 4 leitos com respirador no hospital, neste meio tempo enquanto todo o país ia descobrindo a evolução do vírus”, iniciou a fala Jeferson. “Em nenhum momento quisemos colocar uma UTI em Caçapava, mas uma ala de atendimento especial com respirador para dar suporte a pacientes que, se por ventura necessitassem, usassem os respiradores até que fossem transferidos para UTIs regionais do Estado que tivessem alas especiais para tratar do Covid-19”, disse o médico.

O hospital disponibiliza de uma área covid, uma área intermediária, em que a pessoa vai ser internada, medicada e transferida, posteriormente, se necessário. Pois, como o hospital não é de alta complexidade, ela deverá ser transferida, de acordo com a demanda do Gerinte, para um município com Hospital de Alta Complexidade. O Hospital informou ainda que, devido a demanda do Gerinte de todo o Estado, e conforme já ocorre em hospitais de baixa complexidade de outros municípios, que possivelmente os hospitais, e dentre eles o Dr. Victor Lang, deverão permanecer mais tempo com o paciente entubado até que seja conseguido o leito para a transferência no Estado devido ao aumento da demanda de internações por conta da pandemia em todo o Rio Grande do Sul.

De acordo com a Sandra Bairros, coordenadora do Setor de Epidemiologia, na reunião realizada nesta semana pelo Comitê de Combate ao Covid-19, foi solicitado pelo comitê, novamente, o isolamento obrigatório com fechamento de todas as atividades comerciais (com exceção das essenciais- mercados, farmácias e postos) devido a superlotação de leitos como vem ocorrendo. “A média de transferência de leitos, que antes eram de até 4 horas, hoje já está demorando mais devido à dificuldade de leitos por conta do aumento das internações por covid-19. O Comitê informou que, se 70% dos leitos do município e da referência do Gerinte forem ocupados, será solicitado o pedido de interrupção das atividades comerciais em Caçapava”, disse.

Jeferson frisou da superlotação dos leitos do Estado. “Atualmente, sabemos que há a necessidade de mais horas de intubação no hospital, por esse uso dos leitos em todo o Estado, que acaba atrasando as transferências. De cada 100 pessoas que terão Covid, 80 não sentirão nada, de 15 a 20 terão sintomas, e divididos em 4 fases conforme os especialistas de saúde, dentre elas, a fase da intubação, em casos graves. Existe uma lei de procedimentos médicos e nós estamos cumprindo para salvar vidas”, completou Jeferson, sobre as acusações contra o hospital.

Participaram da reunião o Prefeito Giovani Amestoy acompanhado da Secretária de Saúde, Inês Salles e sua equipe técnica da Secretaria; o presidente da Câmara de Vereadores, Mariano Teixeira, acompanhado da vereadora Márcia Gervásio e o vereador Silvio Tondo; o promotor Diogo Taborda, representantes da OAB, Hospital (Diretora Maria Helena) e Comitê de Combate ao Coronavírus.

Informações: Prefeitura Municipal